Este blog é uma parceria com a Carina Pereira, autora do blog '' contadordestorias.blogs.sapo.pt '' e Cristina Viviana.
A combinação de desenhos e textos faz "uma imagem mais mil palavras"
Este blog é uma parceria com a Carina Pereira, autora do blog '' contadordestorias.blogs.sapo.pt '' e Cristina Viviana.
A combinação de desenhos e textos faz "uma imagem mais mil palavras"
Ainda me lembro daquele fim de tarde sombrio, quando te vi pela ultima vez. Faz hoje dois anos.
Fomos tão felizes juntos, eras o meu melhor amigo.
Nunca entendi porque tinha de ser assim, porque te foste embora sem dizer nada.
Ainda te lembras daquela viagem que fizemos a Paris? Dizias-me lá, que eu era o amor da tua vida e que me querias para sempre.
Foi lá… foi lá que me deste este anel que ainda tenho do meu dedo. Ainda não fui capaz de o tirar. Quando olho para ele, vejo ainda os teus olhos cheios de amor como quando chamavas por mim.
Depois de ires embora, passei meses sem conseguir dormir. Cada vez que fechava os olhos voltava a ver tudo à minha frente. Um pesadêlo, era tudo o que eu queria que fosse … um pesadêlo.
Sinto tanto a tua falta… falta dos teus carinhos, do teu amor.
Agora, já consigo dormir algumas horas, mas a cada barulho eu acordo. Fico sempre à espera que entres por aquela porta com um ramo de flores, como costumavas fazer, e a dizer que me amas.
Eu sei, eu sei que tenho de seguir com a minha vida. Mas, a minha vida foste sempre tu.
Vendi o carro, sabes. Vendi-o, porque já não conseguia conduzir mais. Cada vez que tentava… o meu choro era tão intenso que não conseguia ver nada à minha frente.
Conduzir só me fazia lembrar e reviver aquele maldito acidente! Aquele maldito acidente que te roubou de mim.
O nome dela era Solange, todos a tratavam por Sol. Era uma rapariga que costumava ajudar tudo e todos. Cabelo longo e ondulado como o mar em tempos ventosos, acompanhado de olhos castanhos reluzentes e com um leve tom laranja. Solange era uma rapariga extraordinária. Um belo dia depois de sair do trabalho de voluntariado, seguia o seu caminho para casa e encontrou uma carteira azul no chão. Nela estava escrita o seguinte: “Um dia que ergueres à luz, nunca olhes para trás e continua o teu caminho como o tens feito.” Entregou a carteira na estação mais próxima e continuou o seu caminho.
No seu entretanto pensava: De quem era aquela carteira? Ainda bem que a entreguei na esquadra. No dia seguinte Solange voltou ao trabalho, e sem demoras recebe um telefonema. - Muito obrigado por ter encontrado a minha carteira, fico muito agradecido – diz uma voz do outro lado do telefone. - Não é preciso agradecer, eu só fiz o meu dever. - Deu um leve sorriso. -Mesmo assim tenho que agradecer, foi um bonito gesto da sua parte. Já agora o meu nome é Pedro. - Muito prazer o meu é Solange, mas todos me tratam por Sol. - Que nome bonito, Solange. - Dá uma leve risada -Obrigada. – Sorri. – Caso necessite de alguma coisa é só ligar para este número. - Obrigada. Quando chega ao seu prédio depois de um dia cansativo, Solange abriu a porta principal e subiu as escadas como faz todos os dias. Na porta da sua casa, está um cesto azul com a mesma frase que estava na carteira que tinha encontrado, com dois girassóis e um bilhete.
Solange abre o bilhete e lê-o em voz alta -
''Boa noite Solange, ou devo eu dizer Sol?
Entrego-te este cesto azul com girassóis porque combinam consigo, Girassol – Sol, para agredecer o seu bom gesto de hoje.
Tenho uma proposta de trabalho para si...Quero que venha trabalhar para a instituição que estou encarregue, chama-se “Luz para as crianças”. Espero que nunca desista de fazer boas acções e de ajudar os outros. Fico á espera da sua resposta. Até lá, Pedro”.
Solange entrou dentro de casa, agarrou no telemóvel e sem demoras ligou para Pedro dizendo que aceitava a proposta. Aquele bilhete fez lhe entender que se fizer o bem, terá sempre os seus benefícios.